22.06.02-03.33.26.07.19-19.34.

Acabo por me deitar,
aqui,
na cama do cansaço.
Nunca tive um déjà vu,
mas este cansaço nunca foi o primeiro.
Recolho-me.
E espero pelo sossego que já se estende por entre os lençóis que me cobrem.
Espero o momento de partir.
Um sonho embala-me e deixo-me ir
com se fosse um bebé.
Sou grande demais para pedir colo… sou grande demais.
Por isso, apenas sonho.

Acordo.
A chuva lá fora. A buzina do carro do homem do pão. As crianças no recreio. O comboio que passa. O sol que insiste em não aparecer. Uma dor no peito.
Quem me dera ter continuado a sonhar.


(texto perdido em 2003. encontrado e revisto em 2019)

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